economia circular grafico nomad orange

Muitas das PME portuguesas desconhecem a economia circular

A economia circular já representa em Portugal mais de 280.000 empregos. No entanto, muitas das PME portuguesas ainda não sabem em que consiste a economia circular e como podem beneficiar das suas características.

A economia circular já representa em Portugal mais de 280.000 empregos. Muitas das PME portuguesas ainda não sabem em que consiste a economia circular, número que varia consoante o setor de atividade e que aumenta à medida que a dimensão da empresa aumenta.

Apesar disto, as pequenas e médias empresas avançam progressivamente na promoção deste modelo, baseado na reutilização, reparação e reciclagem. Algumas já estão a aproveitar as muitas vantagens da economia circular.

Neste sentido, é cada vez maior o número de PME que adotam medidas para reduzir a geração de resíduos, vendem ou transferem os seus resíduos para outras empresas para que possam aproveitá-los como matérias primas, separar uma parte na origem ou todos os resíduos que geram – especialmente papel e plástico – e recorrem a gestores privados para destinar os resíduos mais poluentes, como sucata e óleo.

Estas são algumas das conclusões de um estudo sobre Bioeconomia e Economia Circular em Portugal.

Mostra que as PME também se caracterizam, cada vez mais, pela utilização de matérias-primas secundárias (recicladas) nos seus processos produtivos, principalmente papel e cartão.

Além disso, adotam medidas para reduzir o consumo de recursos, principalmente eletricidade e com o objetivo principal de poupança.

Há vários processos com margens claras de melhoria.

Muitas PME ainda não levam em consideração o eco-design nos seus produtos, o que é fundamental para aumentar a taxa de reciclagem.

Pouquíssimas eliminam os plásticos descartáveis. A​ grande maioria não acredita que deva tomar medidas de recuperação e reutilização da água, exceto as do setor industrial.

Hotelaria, uma das mais comprometidas

A hotelaria é claramente o setor em que as empresas tomam mais iniciativas para prevenir a produção de resíduos e promover a reciclagem, bem como as mais ativas na formação e envolvimento dos seus colaboradores e na exigência de certificados ambientais aos fornecedores.

O estudo destaca que quase metade das empresas do setor realizam ações específicas para separar a matéria orgânica dos restantes resíduos.

É também o setor que:

  • apresenta maior empenho na eliminação dos plásticos descartáveis,
  • aposta na utilização de sistemas de devolução e retorno,
  • e aquele que mais iniciativas tem tomado para melhorar a eficiência energética.

Eficiência energética e painéis solares

Entre as medidas adotadas mais frequentemente está a substituição dos sistemas de iluminação tradicionais por outros que representem um investimento fácil e rápido, como a tecnologia LED.

As PME investem nestes nelas e isso contribui para a redução do consumo de combustível fóssil e emissões de gases de efeito estufa.

No entanto, os especialistas consideram que seria mais positivo o investimento em painéis solares que permita a suficiência energética da empresa.

Esta solução apresenta dificuldades de implementação relacionadas com regulamentação, segurança de abastecimento e custo de investimento.

Separar resíduos como em casa

As PME do setor industrial são as que mais utilizam materiais reciclados nos seus processos produtivos, provavelmente porque o aproveitamento de resíduos é um especto fundamental para a sua rentabilidade.

Entre os mais usados, predominam papel e cartão, seguidos por plásticos, metais e madeira.

O hábito de separar este tipo de material em casa facilita o seu tratamento também na empresa, local onde muitas PME dispõem de contentores para armazenar este tipo de resíduos.

Economia Circular, fonte de emprego

6,1% do emprego em Portugal está relacionado com a economia circular, num total de 280.000 postos de trabalho, com um valor acrescentado de 7.000 M€ e com um volume de negócios de 25.000 M€.

Desafios: menos resíduos e mais reciclagem

A gestão de resíduos, a sua recolha, transporte, triagem e reciclagem, é uma peça fundamental para contribuir com a redução das emissões.

A situação atual de Portugal para resolver esses problemas ainda tem um longo caminho a percorrer.

É necessário que as empresas “circulem” mais tipos e mais quantidades de resíduos para avançar na valorização, ou seja para estender o ciclo de vida dos produtos.

Em 2018, foram produzidas em Portugal 5,2 milhões de toneladas de resíduos.

A taxa de preparação para reutilização e reciclagem foi de 40%.

Quanto à taxa de reciclagem de resíduos relativamente ao total de lixo gerado, Portugal encontrava-se, em 2017, na oitava posição dos que menos reciclavam.

Os países da UE com maiores taxas de reciclagem de resíduos municipais eram a Alemanha, Eslovénia e Áustria, enquanto que os valores mais baixos pertenciam à Malta, Roménia e Chipre.

Os produtos mais reciclados em Portugal são:

  • Papel e cartão 76%
  • Vidro 49%
  • Metais 44%
  • Plástico 35%

Conceito de economia circular

O conceito de Economia Circular nasce da ideia de ciclo, repetição e regeneração.

Em vez de ocorrer uma repetida extração de recursos e posterior geração de resíduos, os ciclos de produção e consumo autoalimentam-se, evitando o desperdício.

A Economia Circular apoia-se nos seguintes princípios:

  • Preservação do capital natural;
  • Otimização de recursos;
  • Ciclos autossustentáveis;
  • Envolvência de toda a sociedade.

Fontes de dados: COTEC, APA

Gostou deste artigo?
Partilhe-o com quem considere ser útil

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Outros artigos no blog