dizer nao

Os nãos e os sins nas empresas. O não ‘Não’, o não ‘SIM’ e o não ‘SIM MAS…’

No mundo empresarial existem muitas formas de não.

Os empreendedores e os gestores devem estar preparados para os enfrentar e vencer. Dizer ‘não’ é mais fácil e cómodo do que dizer ‘sim’.

O sim compromete quem o dá. O não fecha todas as hipóteses de compromisso.

Vejamos então alguns dos tipos de ‘nãos’ existentes no mundo empresarial:

  • O não – Atarefado. (agora não estou muito atarefado)
  • O não – Está maluco. (estás maluco isso nunca vai resultar)
  • O não – Obstáculo. (isso é muito complicado)
  • O não – Nem pensar.
  • O não – Burocrata. (necessita de preencher este formulário em triplicado, e…)
  • O não – Descrente ou ‘velho do restelo’. (duvido que isso vá dar certo)
  • O não – Tudo como dantes. (sempre se fez assim, porquê mudar agora)

Como com certeza já se apercebeu existem inúmeras maneiras de errar e muito poucas de acertar. Quando se toma a decisão de empreender o que nos separa da vitória, é muitas vezes apenas uma questão de resistir e sobreviver aos nãos.

A fórmula de conversão

Existe uma fórmula simples de converter os constantes nãos em alguns sins. Para tal é suficiente observar e escutar os que o rodeiam e que já estão a obter os seus sins.

Se quer ter o que eles têm, faça o que eles fazem. Eles conhecem o poder da ação positiva.

É simples mas não é fácil. Se fosse fácil todos os conseguiriam.

Para vencer os ‘não’ necessita de:

  • estar preparado e ser paciente;
  • ser incansável;
  • ter vontade e atitude;
  • ser flexível;
  • cumprir prazos;
  • ser persistente e ter tenacidade.

Todas as empresas têm o seu próprio vocabulário e linguagem do não.

Aqui ficam algumas das expressões de negativas mais comuns. Seguramente que já se deparou com muitas delas.

O ’não’ verbal

  • “Nunca resultará, nem pensar.”;
  • “Nunca terá sucesso, já experimentámos isso antes.”
  • “Nunca nos deixarão fazer isso, é demasiado arriscado.”
  • “Não é boa altura, talvez para o ano.”
  • “Vamos pensar no assunto, mas vamos adiar, por enquanto.”
  • “Não podemos fazer isso, temos outras prioridades.”
  • “É muito trabalhoso e nós estamos muito ocupados.”
  • “Deve haver urna razão para ninguém o ter feito antes.”
  • “Que provas tem de que resulta? Não há uma maneira mais fácil.”
  • “Muito bem, mas quem irá fazê-lo? – Não é trabalho meu.”
  • “Lamento, não temos orçamento.”
  • “A culpa não é minha…”
  • “Não era bem o que eu tinha em mente, gosto muito mais da minha ideia.”
  • “Sim, mas…”.

O ‘não’ gestual

Há ainda os ‘nãos’ gestuais, tais como revirar os olhos, suspirar profundamente, tamborilar com os dedos na secretária, olhar para o relógio, franzir o sobrolho, fazer má cara, parecer exasperado… e tantos outros.

Aprenda a interpretar o que está por detrás de cada não, ele não surge do nada, resulta de sentimentos e perceções, reais ou imaginárias.

Compreender o que está por detrás de um não pode ajuda-lo a começar a dar-lhe a volta.

O não por Medo

É o medo do desconhecido e de abandonar zonas de conforto.

O medo de correr riscos e das potenciais consequências negativas se as coisas correrem mal e o medo de perder o emprego ou de fazer má figura.

O não por Experiência

As novas possibilidades são filtradas por experiências negativas passadas ou síndrome “Já experimentámos antes e Não resultou”, ou ainda “Em equipa ganhadora não se mexe”, porquê mudar as coisas quando está tudo bem?”.

O não por Ego

Não querer que uma pessoa com uma boa ideia ou diferente faça melhor figura.

O não por Preguiça

Novas ideias envolvem normalmente mais trabalho, pelo menos na fase inicial. O estado atual das coisas envolve menos trabalho e esforço.

O não por Recursos Limitados e Prioridades Concorrentes

Falta de tempo, dinheiro ou pessoal. Outros projetos parecem mais importantes.

O não das Políticas

Interesses pessoais, vacas sagradas e favoritismo, lutas de poder, e questões de controlo também podem desempenhar um papel.

Algumas das razões porque as pessoas dizem não e algumas medidas para transformar o não em sim

Quando não vêem necessidade

Venda o problema antes da solução. Faça o trabalho de casa, recolha os factos, estude os números e concentre-se nos aspetos que sustentem o facto de se justificar uma intervenção.

Quando não vêm benefícios

Promova as vantagens. Sempre que apresentar uma ideia inclua frases do tipo “E é desta forma que isto beneficiará o nosso grupo, a nossa equipa, a nossa empresa e a si…”.

Quando não compreendem bem

Use linguagem simples, não-técnica. Apresente a informação de uma forma que possa ser facilmente compreendida. Teste periodicamente a comunicação. Incentive as perguntas. Termine com um resumo.

Quando não têm tempo ou recursos para experimentar

Prepare-se para responder a estas preocupações. Mostre a sua disponibilidade para ficar com a maior parte do trabalho e da responsabilidade. Faça sugestões bem pensadas para a obtenção dos recursos necessários. Descreva como os potenciais ganhos são superiores às potenciais perdas.

Quando não dão credibilidade à pessoa que teve a ideia

Certifique-se de que a sua apresentação é minuciosa e bem organizada. Depois peça a ajuda e o apoio de alguém que possua credibilidade junto do seu público-alvo. Procure um mentor. Regra geral, as pessoas respondem de forma positiva quando lhes é pedido que expliquem as regras a alguém, e podem ajudar a garantir que o seu projeto é bem-sucedido.

Quando não há flexibilidade

Inclua flexibilidade na sua proposta. Sugira um pequeno projeto-piloto. Inclua procedimentos para acompanhamento, avaliação e melhoria. E certifique-se de que inclui um Plano B para o caso das coisas não correrem bem.

O que sentimos quando alguém diz não resulta mais de quem nós somos do que do não propriamente dito. Depende do nosso nível de autoestima, confiança e otimismo ou pessimismo influencia a forma como ouvimos e interpretamos o não. Algumas pessoas ouvem: “És tão estúpido. Por que raio me trouxeste isto?”; “O que te passou pela cabeça?”; “És um fracasso, não gosto de ti.”; “Nunca chegarás a lado nenhum nesta empresa, quem julgas que és?”; “Se quiser que tenhas boas ideias, dou-tas!”

A personalização do não

Estas pessoas personalizam os nãos, interpretando a rejeição como um sinal de incompetência ou mesmo de estupidez. Sofrem muito perante um não e sentem-se pouco estimuladas a persistir, para não arriscarem outra rejeição e humilhação.

Existe um outro grupo de pessoas que ouvem: “Agora não. Volta a perguntar mais tarde.”; “Isso Não encaixa nas minhas prioridades ou nos planos da empresa.”; “Eu sou a pessoa errada a quem pedir.”; “Implicaria mais trabalho para mim. Torna-o mais fácil.”; “Ainda não estou convencido. Traz-me mais dados convincentes.”
“É demasiado caro. Vê se consegues reduzir os custos e depois falamos.”

Este grupo de pessoas enfrenta o não, mas ouvem mensagens completamente diferentes, interpretando a rejeição simplesmente como um revés temporário. Recuam e reorganizam-se, para voltar a tentar noutro dia. Não se desviam do seu objetivo.

Benefícios do ‘não’

Embora ninguém goste de ouvir um não, há muitas coisas que podemos aprender nos nossos encontros com esta expressão negativa. O não pode ensinar-nos onde estão os limites dos outros e fazer-nos reavaliar a nossa própria posição.

O não pode mostrar-nos como ser mais persuasivos a defender as nossas ideias. O não pode mostra-nos os nossos pontos fracos e onde podemos estar errados.

O não pode ajudar-nos a ver mais claramente os pontos de vista dos outros. O não ajuda-nos a desenvolver paciência, tenacidade e carácter e a tentar de outra maneira a ser mais criativos e engenhosos.

O não pode ser um indício de que os outros se sentem desafiados ou stressados e gostariam que fôssemos um pouco mais sensíveis. O não por vezes espelha os nossos próprios medos e dúvidas.

O não pode ajudar-nos a desenvolver maior resistência e a não levarmos as coisas tão pessoalmente. O não pode tornar o eventual “sim” mais significativo, pode ser um professor valioso, se estivermos dispostos a aprender com ele. Por vezes, é bom ser grato ao não.

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