Passamos a vida a falar de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Há quem venda equipamentos de proteção e serviços de SST mas são poucos os que sabem como surgiu a necessidade da segurança e saúde no trabalho e que existe uma data em que este assunto é discutido mundialmente.
Todos os anos, no dia 28 de abril, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) comemora o Dia Mundial para a Segurança e a Saúde no Trabalho (World Day for Safety and Health at Work).
Todos os anos, por esta altura, a OIT lança para a discussão pública um tema que tem o objetivo de despertar a opinião publica e os decisores para importância de incentivar boas práticas de Segurança e Saúde no Trabalho.
Esta data foi instituída oficialmente a nível mundial em 2003, em homenagem aos 78 mineiros que morreram vítimas de uma explosão numa mina, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969.
Com esta tragédia foram criados movimentos um pouco por todo o mundo para alertar as empresas e os trabalhadores sobre as boas práticas de segurança e saúde no trabalho, numa perspetiva de prevenção.
Desde então comemora-se o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
Em Portugal, o dia 28 de abril foi instituído como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho com a resolução n.º 44/2001.
Nesta data, um pouco por todo o mundo, são promovidos eventos e campanhas com o objetivo de tornar as atividades e os ambientes de trabalho mais seguros e com menor risco.
Hoje, além de homenagem às vítimas, esta data é utilizada para consciencializar para a importância da segurança no desempenho de certas atividades profissionais e para a prevenção de doenças do trabalho.
Nos eventos são discutidos os avanços das tecnologias, tanto nos equipamentos de proteção, sejam individuais (EPI) sejam os coletivos (EPC).
Portugal ocupa o 4º lugar no ranking Europeu em relação ao número de mortes em acidentes de trabalho
Anualmente, cerca de 313 milhões de trabalhadores sofrem lesões profissionais não fatais nos seus locais de trabalhos, em todo o mundo.
Portugal ocupa o 4º (quarto) lugar no ranking Europeu em relação ao número de mortes (com 2,1 acidentes fatais por cada 100 mil trabalhadores).
A cada cinco segundos há um acidente de trabalho na Europa, um trabalhador perde a vida pela falta de uma cultura de prevenção à saúde e à segurança do trabalho.
Quando o assunto é doença profissional, os números também impressionam.
No mundo, cerca de 160 (cento e sessenta) milhões de pessoas sofrem com doenças não letais e 2 (dois) milhões morrem, anualmente, devido a enfermidades que começaram no trabalho.
Os acidentes acontecem devido às atitudes dos colaboradores e das lideranças empresa, sendo que as principais causas dos acidentes de trabalho são:
- Negligencia;
- Distrações e brincadeiras e excesso de confiança;
- Uso de droga ou álcool;
- Incumprimento de procedimentos e das regras de segurança;
- Falta ou uso inadequado de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI);
- Falta de formação (não conhecer o trabalho que vai executar; ou da utilização das máquinas e EPI);
- Utilização de EPI inadequados aos riscos;
- Não utilização, por parte dos trabalhados, dos EPI fornecidos;
- Más condições de trabalho, tais como desorganização no posto de trabalho, ruído etc…
- Negligenciar as instruções dadas pelo Técnico de SST e/ou médico de trabalho;
- Não haver fiscalização/Supervisão, por parte da empresa; Técnico SST e/ou médico de trabalho;
- Falta de manutenção e reposição de máquinas com problemas;
- Avaliações de riscos mal elaboradas etc…
- Cansaço e/ou esforço excessivo.
Uma das grandes causas de acidentes hoje em dia é a utilização dos telemóveis durante a atividade profissional.
Prevenção: Ato que tem que ser compartilhado e praticado todos os dias, por todos
De acordo com a Agência Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho (EASHW ou EU-OSHA), “bons níveis de SST são um bom negócio”.
Em tempos difíceis do ponto de vista económico, importa ter presente que uma segurança e saúde no trabalho deficiente custa dinheiro.
Mais ainda, diversos estudos mostram que existe uma relação direta entre uma boa gestão da SST na empresa e a melhoria do desempenho e da rentabilidade.
Todos ficam a perder quando a SST é negligenciada, desde os trabalhadores a nível individual até aos sistemas nacionais de saúde.
Contudo, isto significa que todos podem beneficiar de melhores políticas e práticas.
Os países e as empresas que possuem sistemas deficientes de segurança e saúde no trabalho acabam por despender recursos consideráveis com lesões e doenças evitáveis.
Uma estratégia nacional forte gera inúmeros benefícios, tais como:
- Mais produtividade graças a menos tempo de ausência por motivo de doença.
- Menos despesas de saúde.
- Manter no ativo os trabalhadores mais velhos.
- Promover tecnologias e métodos de trabalho mais eficientes.
- Reduzir o número de pessoas obrigadas a reduzir as suas horas de trabalho para tomar conta de um familiar.
A implementação de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) não é uma opção. É uma necessidade e deve ser encarado como um investimento, sendo a sua certificação de acordo com a norma ISO 45001 uma verificação independente que demonstra aos clientes e restantes stakeholders e sua eficiência e eficácia.
Fontes: Pordata, ACT, EASHW(EU-OSHA) e OIT
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